ITALVA - ONTEM E HOJE
Ontem não era Italva, mas sim, Cachoeiras do Muriaé, Santo Antônio das
Cachoeiras, Purís e Monção. Pequeno lugarejo com pouco mais de uma centena
de famílias que sobreviviam da agricultura e posteriormente do trabalho
nas jazidas descobertas pelas mineradoras que aqui se instalaram. A
primeira delas, a Enrico Guarnéri, localizou-se no lugar que ficou com
o seu nome: Guarnéri; e a segunda, em Vila Sào Joaquim, que mais tarde
recebeu o nome da indústria: Cimento Paraíso. Esta não só extraía como
também beneficiava o minério da região transformando-o numa das maiores
economias da região: o cimento. Muito antes desse período, a futura
Italva já despertava curiosidade no país pela sua riqueza mineral e
fertilidade de seu solo, a ponto de ser visitada pelo Imperador D. Pedro
II em 1878, quando este por aqui passava rumo à Carangola para inaugurar
a Estrada de Ferro. E não se poderia falar na Italva de Ontem sem lembrar
das travessias de mármore pelas barcas do rio muriaé até que se construísse
a atual ponte nos fins de 1940; dos canoeiros que eram os verdadeiros
"taxistas" da época, transportando as pessoas de um lado para o outro,
ou seja, das terras dos Romanos, Mottas e Castros (na margem esquerda)
para as terras dos Salles e Villarinhos (margem direita do rio muriaé).
A Italva de hoje surgiu em 1943, quando este nome substituiu Monção.
A partir daí o progresso foi inevitável e muitas transformações aconteceram.
As industrias mineradoras produziam a todo o vapor, exportando para
todo o Brasil seus produtos e a agricultura e a pecuária se expandiram
com a abertura da estrada ligando Campos a Itaperuna através da ponte
recém-construída. Não demorou muito e logo os primeiros movimentos de
independência começaram a aparecer. Já por volta de 1960, falava-se
na necessidade de se separar de Campos dos Goitacazes. Em 1970 já havia
uma Comissão pró-Emancipação e em 1986, o sonho se realizou através
da Lei 999/86, assinada pelo então governador Leonel Brizola dando a
Italva a sua conjuntura política atual. Eleitos seu primeiro Prefeito
e Vereadores, o já Município de Italva ganhou vida própria e hoje é
um dos mais destacados do Noroeste-Fluminense, com uma população de
aproximadamente 20 mil habitantes, numa área de 272km² e próximo a divisa
de dois grandes Estados da Federação: Minas Gerais e Espírito Santo.
Atualmente sua principal economia é a pecuária, e com o declínio da
exploração mineral, o comércio varejista e as confecções ganharam grande
espaço entre a sua população, porém, oferecendo poucas oportunidades
de emprego para o, cada vez maior, número de moradores que anseiam por
instalações de grandes indústrias no município. Mas sem dúvida nenhuma,
a mais recente conquista dos italvenses, veio completar a verdadeira
emancipação desse povo, quando no ultimo dia 16 de setembro de 1999,
a Assembléia Legislativa do Estado aprovou a Lei 266/99, de autoria
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, criando a Comarca
de Italva, a qual já estará funcionando no próximo ano beneficiando
todos aqueles que dependerem da Justiça para fazerem valer os seus direitos.
A Italva de hoje, alicerçada pelo pioneirismo dos habitantes da Italva
de ontem, ainda terá muitas conquistas para serem apresentadas.
Conheça
a Lei 999/86 que criou o Município de Italva